17 de fevereiro de 2014

Jornal "O Público" online: PJ investiga suspeita de falsificação de acta na Câmara de Marvão

Presidente desta autarquia do distrito de Portalegre confirma buscas às instalações municipais. A investigação "nada tem a ver com licenciamentos", mas sim com uma "incorrecção" numa acta, garante.
A Câmara de Marvão foi na sexta-feira alvo de buscas por parte da PJ, que suspeita de falsificação da acta de uma reunião do anterior executivo municipal. O presidente da autarquia, Vitor Frutuoso (PSD), esclarece que em causa estão erros na elaboração e posterior rectificação de uma acta, mas garante que a investigação da PJ “nada tem a ver com licenciamentos”.

No sábado, o semanário Expresso noticiou que as buscas na câmara estariam relacionadas com “autorizações de licenciamento concedidas pela autarquia”. Em declarações ao PÚBLICO nesta segunda-feira, Vitor Frutuoso nega: “Não foi esse o objecto da visita.” Segundo o autarca, foi feita "uma incorrecção" na acta de uma reunião de câmara, posteriormente detectada pelos serviços administrativos. "Eles rectificaram o erro mas não o fizeram como devia ser, em termos formais”, afirma. "A acta, não tendo sido corrigida como devia ser, pode ser objecto de suspeita", admite.

Frutuoso não revela, porém, em que data se realizou a reunião, dizendo apenas que foi durante o anterior mandato (o social-democrata preside a autarquia desde 2005). E questionado sobre qual a “incorrecção” detectada, o autarca responde apenas que tem a ver com “uma votação”, mas não revela o assunto.

O jornal i escreveu nesta segunda-feira que um vereador do PSD ter-se-á ausentado da reunião em que foi aprovado o licenciamento de um espaço de restauração que iria ser gerido por um irmão seu. A versão inicial da acta referia o contrário, dizendo mesmo que o vereador votou a favor da aprovação. O documento foi destruído e foi elaborada uma nova acta, com outras irregularidades, pelo que há suspeitas de falsificação de documentos, diz o i. O presidente da câmara não confirma esta versão.

Frutuoso refere que recebeu um pedido de esclarecimento do tribunal “no Verão do ano passado”. O assunto foi depois debatido numa reunião da câmara e foram prestados o esclarecimentos pedidos, garante. Mas o caso chegou agora às mãos da PJ.

Nesta segunda-feira, a secção de Marvão do PS emitiu um comunicado a exigir ao executivo que explique o motivo da investigação judicial, sublinhando porém que “nunca accionou nenhuma queixa no Ministério Público, nem em qualquer outro organismo” sobre este assunto.

O presidente da câmara estranha o comunicado do PS. “Todos os vereadores que fazem parte deste executivo tiveram conhecimento do que se passou”, afirma, sublinhando que não tem “nada a esconder” e que já respondeu às dúvidas apresentadas pelo vereador socialista Carlos Castelinho na reunião de câmara desta segunda-feira.

O PS acrescenta que “já tinha chamado à atenção de algumas situações menos regulares na autarquia”. E dá um exemplo: na última reunião da Assembleia Municipal, a 29 de Novembro, os deputados socialistas alertaram para a incompatibilidade de funções de um vereador, na sequência da atribuição de uma obra do município a uma empresa da qual este vereador é sócio-gerente.

Por Marisa Soares
Jornal Público online
17:18 h

Comunicado n.º 01/2014: POLÍCIA JUDICIÁRIA EM ACÇÃO DE INVESTIGAÇÃO À CÂMARA MUNICIPAL DE MARVÃO

Na sequência das buscas que foram levadas a cabo pela Polícia Judiciária na Câmara Municipal de Marvão na última sexta-feira, dia 14 de Fevereiro, o Partido Socialista vem desta forma pedir que o Executivo informe a população e que seja esclarecido o que se passou realmente.
Na reunião de Câmara de hoje o Vereador do Partido Socialista, Carlos Castelinho, entregou um pedido de esclarecimentos, para que esta situação seja explicada e se consiga perceber o que levou a estas buscas pela Polícia Judiciária.
O Partido Socialista já tinha chamado à atenção de algumas situações menos regulares na Autarquia. Como é o caso da última Assembleia Municipal, a 29 de Novembro de 2013, onde os seus membros eleitos alertaram para a incompatibilidade de funções de um Vereador, na sequência da atribuição de uma obra do Município a uma empresa da qual este vereador é sócio gerente.
Em nenhuma altura o Partido Socialista aceitará que sejam responsabilizados os funcionários da autarquia, em detrimento dos seus responsáveis políticos. Todos os trabalhadores do Município dão o melhor pelo Município de Marvão e esse profissionalismo não deve ser posto em causa.
Por final, o Partido Socialista quer deixar claro que nunca accionou nenhuma queixa no Ministério Público, nem em qualquer outro organismo, apenas em sede própria cumpriu o seu dever de fiscalização da Gestão da Autarquia, como irá fazer até final do mandato.

Marvão, 17 de Fevereiro de 2014

O Secretariado da Secção de
Marvão do Partido Socialista

NOTÍCIA DO JORNAL EXPRESSO SOBRE A POLÍCIA JUDICIÁRIA NA CÂMARA MUNICIPAL DE MARVÃO

À hora que publicamos esta notícia do Jornal Expresso de 15 de Fevereiro de 2015, está a decorrer a reunião quinzenal do Executivo da Câmara Municipal de Marvão, onde o Vereador do Partido Socialista, Carlos Castelinho, questionará o Presidente da Câmara Municipal de Marvão sobre os factos e notícias que têm vindo a público a cerca da presença da Polícia Judiciária na Câmara Municipal de Marvão.