Na última Assembleia Municipal de
Marvão, no dia 25 de Novembro, o Partido Socialista desvendou durante a sessão,
perante os presentes, que a Câmara Municipal de Marvão comprou 43% da Castanha,
para a realização da habitual Feira da Castanha, a uma empresa da Zona Oeste,
ao contrário daquilo que é norma – aquisição da Castanha a Produtores do
Concelho.
Este esclarecimento feito pelos
membros do Partido Socialista surge depois de nos últimos dias se terem ouvido
informações contraditórias em relação à aquisição de Castanha para a realização
da 33ª Festa do Castanheiro, que teve lugar nos dias 12 e 13 de Novembro. Os
Socialistas sustentaram esta posição em documentos que tinham sido solicitados
aos serviços do Município e que comprovam que uma parte significativa das
Castanhas vendidas no certame foram adquiridas a uma empresa da Batalha e acima
do valor máximo (1,95€) que um edital, com data de 2 Novembro, estipulava.
No seguimento das revelações feitas
pelos membros do PS, o Presidente do Executivo prontificou-se em informar que a
compra das Castanhas foi da responsabilidade do Sr. Vice-presidente – Luís
Vitorino, que não estava presente na reunião da Assembleia Municipal sem que
tivessem informado a razão da sua ausência. Dessa forma, não se conseguiu, à
altura, apurar qual a relação comercial entre o Município de Marvão e a
Sociedade em causa.
A Castanha de Marvão é um produto
de Denominação de Origem Protegida, tem na Cooperativa Agrícola dos
Cerealicultores do Porto da Espada o seu organismo dinamizador. Era a esta
Cooperativa que o Município costumava comprar a Castanha para a Feira nas
edições anteriores, sensivelmente 5000 kg. Apesar da quebra de produção sentida
nos Soutos do concelho, na Assembleia Municipal, no entender dos Socialistas,
ficaram duas coisas por explicar: “Porque se compraram 43% das Castanhas a uma
empresa de fora da Região? E porque razão não foi respeitado o concurso lançado
uma semana antes da Feira, no dia 2 de Novembro?”
Os Socialistas finalizaram esta
sessão acusando o Executivo, na pessoa do seu Vice-Presidente – Luís Vitorino,
de ter rompido um “consenso intransponível” no concelho: a realização da Feira
para a promoção da Castanha de Marvão (DOP) fornecida por produtores do
Concelho. As acusações foram também no sentido da leviandade de todo o
processo, que ao contrário de outros procedimentos, em que a prudência tem
feito arrastar a concretização de processos despoletados há mais de um ano,
como é o caso da aquisição de cadeiras novas para o 1º Ciclo de escolaridade no
Concelho – assunto igualmente abordado nesta sessão da Assembleia Municipal.
Este episódio é segundo o Partido
Socialista um sinal claro do desgaste deste executivo em fim de ciclo, visível
não só pelo desrespeito por um concurso lançado “tarde e más horas”, mas
sobretudo porque abandona um princípio basilar na realização da Festa do
Castanheiro: a aquisição de Castanha de Marvão a produtores do Concelho.